Uma Epígrafe



"...Quanto à poesia, parece condenada a dizer apenas aqueles resíduos de paisagem, de memória e de sonho que a indústria cultural ainda não conseguiu manipular para vender."...[Alfredo Bosi, in O Ser e o Tempo da Poesia, p. 133]

quarta-feira, março 29, 2017

TRÍBIO (um olhar intra-histórico)




I


Buscando mitologemas, 
algum vestígio e sinal,
mitemas desse arrabalde 
arcaico e cult/rural...
Entanto, buscando, nele,
o passado que é presente,
o outrora/hoje, a intra-história,
a sépia que adorna o Agora:
...esse arruado atemporal...

II

Um objeto mestiço?
Um indício,
um mito ancestral?
Um totum, um totem,
um resquício de algum rito inaugural;
um uso ainda vigente,
algum costume avoengo,
algo antigo, inda inerente
ao dia a dia das gentes,
nesse pequeno arrabal...


***



Nota:

Nesses últimos anos tenho me dedicado
a observar os habitantes de um lugar,
situado à margem do caminho antigo da Várzea,
o Arruado do Engenho do Meio ou Engenho Velho.
Esse poema é uma espécie de epígrafe ao memorial
que escrevo sobre essas observações.

( Lula Eurico )

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