Uma Epígrafe



"...Quanto à poesia, parece condenada a dizer apenas aqueles resíduos de paisagem, de memória e de sonho que a indústria cultural ainda não conseguiu manipular para vender."...[Alfredo Bosi, in O Ser e o Tempo da Poesia, p. 133]

domingo, abril 15, 2012

ARQUITETURA VOLÁTIL




























Gn. 28:12,13



Essas paredes ascendem
por verticais monolíticas;
Saem do chão abruptas
Fundadas na pedra bruta.
Sete carreiras, na rocha
Lapidada em cantaria.

Erguer degraus é poesia?

Alvenaria abstrata,
Frases de argamassa e cal.
Essa peleja não é vã:
Tirar arestas à pedra;
Erigir versos de arrimo
E por a prumo as vertentes
Du'a volátil escadaria.



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Fonte da imagem:

O Sonho de Jacob

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P. S.:
Retomando uma parceria antiga, com o Carlinhos do Amparo, desde os tempos do Eu-lírico impresso, em que ele fazia um breve comentário aos meus poemas , a partir deste Arquitetura Volátil, o leitor poderá, se quiser, clicar em Resenha Poética, para ir ao blogue Sítio d'Olinda. Lá estarão as inusitadas "explicações poéticas" do meu compadre Carlos Pequeno do Espírito Santo, filodóxo e hermenauta das Olindas. Divirtam-se!




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3 comentários:

Fred Caju disse...

Havia um Eu-Lírico impresso? Quanto tempo durou?

lula eurico disse...

Sim, Fred, havia um Eu-lírico, um zine-collage, todo feito à mão e datilografado em Olivetti Lettera...hehehe
Durou uns 5 anos, na década de 1990.Depois, migrei pra internet. Mas sinto saudade. Eu me correspondia com muitos poetas, de todas as regiões do Brasil, Cuba, Argentina, França.
Bem, era muito bom.

Abraço fraterno.

Unknown disse...

volátil, abstrata, assim se erigem nuvens e sílabas: planos de voo



abraço