Uma Epígrafe



"...Quanto à poesia, parece condenada a dizer apenas aqueles resíduos de paisagem, de memória e de sonho que a indústria cultural ainda não conseguiu manipular para vender."...[Alfredo Bosi, in O Ser e o Tempo da Poesia, p. 133]

quinta-feira, dezembro 29, 2011

NADIR (ou, zoom de areia)





 









 






e esse formigamento nos olhos
e esses pequeníssimos e inumeráveis ciscos
e esses mil diminutos pontos graníticos,
e esse nadir: o avesso de milhares de miúdas estrelas,
ora esse quartzo que lateja,
ora esses prismas em mica,
e esses quase- animálculos, minúsculos
e esses esporos, áporos, inanimados,
e esses poros na pele de tudo
e essas miríades de formas no caminho
e esses fragmentos rútilos à magma
e essas retinas afadigadas
e essa sensação quase imperceptível
de rocha desagregada em sal, no solo,
nos solados ....................................................




Claude Debussy - Crepúsculo:



Fonte da imagem:
 Salinas de Uyuni

7 comentários:

Dauri Batisti disse...

Passei aqui mais uma vez, vi que vc tinha atualizado sua página. Mais uma beleza. Vc ta numa fase linda.

lula eurico disse...

Grato, Dauri, teu elogio me anima.
Vc sabe o quanto eu estimo teu trabalho.

Abraço fraterno.

Rejane Martins disse...

esses esses que sibilam na magnitude do ser, cada qual um e tantos ao mesmo tempo.

Petra Maré disse...

beleza, muita beleza. Essa e a da Dolores, lá atrás.
Abraço fraterno.

cirandeira disse...

E esse poema belíssimo, lindíssimo,
que nos leva às nuvens, nos faz flutuar sobre rochas peroladas!!!

UM 2012 cheio de miríades poéticas!

um GRANDE ABRAÇO

Unknown disse...

E esse poeta que une todos as partículas para me emocionar!

Lindo demais!

Beijos

Mirze

Rejane Martins disse...

êpa! mudou tudo por aqui... mudaram a foto.
serão os novos sinais de 2012?
quem viver, verá! :)