Uma Epígrafe



"...Quanto à poesia, parece condenada a dizer apenas aqueles resíduos de paisagem, de memória e de sonho que a indústria cultural ainda não conseguiu manipular para vender."...[Alfredo Bosi, in O Ser e o Tempo da Poesia, p. 133]

quinta-feira, dezembro 08, 2011

LINHA DE FUGA (ou, notas para uma poética não-anquilosante)

“As nossas convicções mais arraigadas, mais indubitáveis, são as mais suspeitas.
Constituem o nosso limite, os nossos confins, a nossa prisão.
Pouca coisa será a vida
se nela não arfar um esforço formidável
de alargamento das suas fronteiras.
Vivemos na proporção em que ansiamos por viver mais.
Toda a obstinação que procura manter-nos
no interior do nosso horizonte habitual
significa debilidade, decadência das energias vitais.
O horizonte é uma linha biológica, um órgão vivo do nosso ser;
enquanto gozamos de plenitude,
o horizonte emigra, dilata-se, ondula, elástico,
quase ao compasso da nossa respiração.
Em contrapartida, quando o horizonte se fixa,
é porque se anquilosou e nós entramos na velhice.”


...................................................Ortega y Gasset











4 comentários:

Rejane Martins disse...

Vem desta linha de fuga dançante a urdidura polifônica ser-estar, um fugare cismado de potencialidade vital.
Hermeto é elíptico, né mesmo? Ser humano e músico de primeira grandeza, "sempre preparado para o não esperado" - genial!
Eu viajo com ele, o tempo todo ouvindo atentamente e enxegando sustenidos na cabeça do cara! :)re,re:) eu adoro! ...que vídeo precioso, obrigadíssimo!

carmen silvia presotto disse...

Sim, concordo com Rejane, seguimos em busca destas pulsações vitais, este latejo do desejo e bom sempre estar aqui para alargar meus horizontes...

Beijos, bom final de semana Eurico.

Carmen.

Dauri Batisti disse...

Alargar as fronteiras, descobrir outros vales e planícies, outros, muitos outros, semelhantes, distantes que ficam próximos.

Um abraço

Unknown disse...

Um dia, Deus disse:

Preciso de um homem que cheire, fale, instigue a música. Ele se chamará HERMETO, o Deus da música num mundo onde o resto é resto.

Beijos, querido poeta!

Mirze