Uma Epígrafe



"...Quanto à poesia, parece condenada a dizer apenas aqueles resíduos de paisagem, de memória e de sonho que a indústria cultural ainda não conseguiu manipular para vender."...[Alfredo Bosi, in O Ser e o Tempo da Poesia, p. 133]

quarta-feira, março 18, 2009

Tríptico





















"Não é a vida mais do que o alimento,
e o corpo, mais do que as vestes?
Observai as aves do céu..."
Mt 6: 25,26



O vôo é imprescindível.
Se as caixas estão empilhadas
E os lotes numerados.
Deus! O que é isso?

Essas asas, não as tenho em vão.
Embora inumeráveis, os veículos e a chuva, ácida.
Esquemáticos, os projetos.

Os túneis, sem luz.
Aonde vamos?

Posso pairar sobre o azul das cordilheiras.
Enquanto o conceito aprisiona as coisas.
Flagelam-se as gentes.
Captam-se teleológicos cicios.
Mãe, o que é a vida?







7 comentários:

:.tossan® disse...

Vim aqui pelo link no blog da Mai, e gostei muito do poema. Vou vir mais vezes. Abraços

Paula disse...

Fica a pergunta..! Belíssimo! Abraço, amigo!

Paula Barros disse...

Interrogações que muitas vezes ficamos sem respostas. E no dia-a-dia, diante muito mais das dores, do que das alegrias, vamos tentando fazer a vida ter sentido, e amenizar as pedras do caminho.

Achei fantástico.

abraços

. Gurgel. disse...

verdade verdadeiramente dita
ops
escrita

- obrigada amigo internauta
nem sei como tens paciência de ficar lendo meus textos.!!


Abraço fraterno [2]

Unknown disse...

Belíssima inquietações, Eurico!
Unir o que sentes aos versos anseios de Paulo César Pinheiro.
Acredite é uma viagem...

(Trecho das inquietações de F.Pessoa)
"Viver não é necessário;o que é necessário é criar.
Não conto gozar a minha vida;nem em gozá-la penso.
Só quero torná-la grande,ainda que para isso tenha de ser o meu corpo e a (minha alma) a lenha desse fogo."

Abrs.

lula eurico disse...

Maybe, perdoa-me por ter retirado o poema do Paulo César Pinheiro. É que estou me preparando para outra postagem. E esse ritual de ouvir a música, quase sempre antecede um novo poema. Por isso voltei ao Beethoven.
Abraço fraterno.

Dauri Batisti disse...

Angustiantemente belo. A pergunta final é de assustar. A pergunta mais distante para o ser mais próximo.

Um abraço.